SENTIMENTO...É DE COMER?
Sentimento: termo usado frequentemente pela Psicologia em sessões terapêuticas, onde o cliente é incentivado a falar sobre e a expressá-los em seu dia-a-dia.
Mas, muitos apenas citam o termo como uma gíria nova e fica claro que desconhecem o significado do que ele encerra.
E isto desgasta o termo e o torna banal.
O ser humano é basicamente EMOÇÃO, o que o deixa vulnerável às influências externas que, por sua vez, interagem e interferem no seu equilíbrio interior.
Cada evento vivido ou observado traz consigo recortes de emoções gerados por outros e que são incorporados à nossa psiquê sem nos darmos conta, muitas vezes.
Na verdade, "engolimos" sem digerir!
A pressa do dia-a-dia nos força à isso.
Dessa forma, conceitos, preconceitos, valores e padrões são inseridos em nosso "chip" mental como algo genuinamente gestado por nós.
Quando, na verdade, foram importados da estrutura macro ao nosso redor.
Perceber esse movimento automático, freá-lo e organizar esse material demanda tempo, assim, o mais indicado é estarmos alertas e observarmos as mudanças que ocorrem dentro de nós quando percebemos algo novo, que pode ser uma informação, uma imagem, um som ou um toque.
Esses estímulos disparam o gatilho da emoção e faz brotar os sentimentos a eles atrelados.
Muitas vezes, estamos tão "desligados" e alheios ao mundo que nos cerca que eventos importantes nos envolvem e nem percebemos.
Palavras são ditas e nem as captamos ou as distorcemos pela ausência de sensibilidade àquele momento.
Desperdiçamos gestos por achá-los inúteis ou infrutíferos.
A comunicação fica truncada porque nem sempre o receptor está apto a captar o que o emissor envia.
Falta o básico: EMOÇÃO.
Os sentimentos são colocados em segundo plano em face dos interesses materiais.
Enaltece-se a baixa qualidade das ações em razão da pressa do momento.
O ser humano se afasta do SENTIR em prol do TER.
Afoga-se no Visual e distancia-se do Essencial.
Vive alucinadamente o compasso orquestrado por conteúdos inúteis divulgados na mídia e, aos poucos, perdem suas referências e objetivos.
Vivem outras vidas e, não, a sua.
Ficam surdos à palavra construtiva, cegos ao olhar afetuoso e insensíveis ao toque sutil.
Sentiu?
Texto com Direitos
Autorais Reservados © Cristina Santos
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