DOR

by - sexta-feira, junho 05, 2009



Esta semana todas as atenções estão voltadas para o desaparecimento do voo da Air France, desastre que gerou comoção nos quatro cantos do planeta.

Nesses momentos, paramos e muitos refletem sobre o desespero vivido pelos ocupantes daquela aeronave nos momentos cruciais e definitivos de suas vidas. E por mais que nos esforcemos não conseguiremos criar um panorama mental que se aproxime ao pavor experimentado por aquelas pessoas.
Podemos aquilatar a dor de seus parentes, o pesar pela perda de seus entes queridos e a perplexidade diante da impossibilidade de velar seus corpos.
Acrescente-se à isso a ausência de explicações técnicas sobre o motivo do desastre.
Fato este que, gera uma sensação de vazio e impotência diante do inexplicável.
A dor torna-se maior pois, na ausência dos corpos, sempre paira uma nuvem de esperança de que ainda poderá haver sobreviventes em algum lugar.
Essa incerteza, produz uma grande ansiedade e inquietação não só nos parentes e amigos das vitimas, mas em todos de uma forma geral.
É díficil lidar com uma perda.
Compreendê-la é tarefa para alguns. E aceitá-la, para poucos!
Admitir a nossa finitude e falar sobre isso não é algo comum em nossa sociedade ocidental onde fomos educados para festejar a matéria e chorar pelo imponderável.
Não nos preparamos para as ausências, as perdas, pois sempre achamos que esses acontecimentos estão distantes de nós. E quando eles nos batem à porta somos pegos de surpresa e afirmamos ser injusto o que acontece.
Mas, a finitude não é injusta!
É natural.
O renovar de energias, a reflexão sobre os valores de vida e o vivenciar a solidariedade e a compaixão são aprendizados vitais para todos.
Viver a dor e apreciar a alegria nos diversos momentos de nossas existências são degraus na construção da personalidade e na consolidação dos valores morais de cada Ser.
Viver o luto e chorar as perdas nos torna mais fortes, emocionalmente, e preparados para os degraus que virão.
Solidarizarmo-nos com aqueles que sofrem, nos torna melhores.
Chorar por eles, nos alivia!
Rezar para eles nos torna humanos...


Paz para todos àqueles que, de alguma forma, perderam algum parente ou amigo no voo 447!

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